Estamos vivendo uma época de crise de
identidade em nossa denominação, e por isso, precisamos resgatar a nossa
identidade. A Igreja Presbiteriana precisa repensar e regressar as antigas
verdades outrora defendidas com afinco na igreja.
O nosso tema de hoje é
polêmico, isto porque a comunidade evangélica da atualidade é IMERSIONISTA,
sendo assim, talvez alguns de vocês tenham assimilado essa prática e gerado um
preconceito contra o batismo por aspersão – digo que isso é natural, mas é desprovido
de fundamento. Sabe como a imersão tem sido assimilada? Pelo menos de duas
formas básicas:
1) Pela associação com o
Batismo Católico Romano – Ser aspersionista é ser católico romano; assim, dizem
os crentes modernos.
2) João Batista batizou no Rio
Jordão – Esse tem sido o argumento do imersionistas, pois, eles supõem que se
João, o Batista, batizou em um rio esse batismo foi por imersão.
O nosso estudo visa mostrar que
estas duas premissas estão erradas. O batismo por aspersão não é do catolicismo
romano, mas é uma forma bíblica de Batismo; segundo, João, o Batista, jamais
praticou a imersão.
A nossa Confissão de Fé
declara[1] o seguinte: “Não é necessário imergir o batizando na água; mas o
batismo é corretamente administrado ASPERGINDO água sobre o candidato”
(Confissão de Fé de Westminster, Cap.23 e Séc.3).Essa é a nossa tese neste
estudo.
Vejamos o que podemos aprender
sobre este assunto:
I – O QUE É BATISMO?
O nosso Breve Catecismo diz que
“o batismo é o sacramento no qual o lavar com água em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo, significa e sela a nossa União com Cristo, a participação
das bênçãos do pacto da Graça, e nosso compromisso de pertencemos ao Senhor”
(Breve Catecismo pergunta 94).
Nesta definição de Batismo
oferecida por nosso símbolo de fé podemos destacar algumas coisas:
1.1 – O batismo é um
Sacramento: O termo “Sacramento” significa algo que é Santo. Um sacramento,
dentro da definição presbiteriana, é “um sinal visível de uma graça invisível”
que tem sido destinada aos crentes em Cristo[2] , devemos levar em consideração
este conceito presbiteriano, o batismo não é qualquer coisa, tem valor e muito
valor.
1.2 – O batismo significa e
sela a nossa união com Cristo: O batismo aponta para a realidade de que fomos
alcançados por Cristo, Deus declara-nos que fomos salvos e que lhe pertencemos
mediante este sacramento.
II – ANALISANDO O VOCÁBULO BATISMO
Os imersionistas dizem que o
termo Batismo significa sempre “Imergir na água”. Dizem que os termos
“Baptw”(Baptô) e “Baptizw”(Baptizô) sempre tem essa conotação. É verdade que no
grego clássico estes termos significavam “imergir”, todavia, o grego Novo
Testamento é o Grego conhecido como Koinê (Aquilo que é comum, aquilo que é do
povo). E os termos nunca são empregados no Novo Testamento com esse sentido de
imergir.
Vejamos:
1) Batizar nem sempre é imergir:
Cristo não se Batizava antes de comer veja o que diz Lucas 11.38, o vocábulo
grego empregado é “ebaptisqh”(Ebaptisthê).Outro fato interessante é o que
Marcos diz em 7.4 “quando voltam da praça, não comem sem se aspergirem(
baptiswntai - baptisôntai); e há outras cousas que receberam para observar,
como a lavagem( baptismouV - Baptismus) de copos, jarros e vasos de metal e
camas”.
Ora, se a palavra “Batismo”
significa somente imergir, então, como explicar a imersão das camas de dormir –
em qual tanque eles praticavam isso? No rio Jordão? Como? Levavam a cama na
cabeça até o rio?
Como explicar Dn.4.25? Na
versão grega do Antigo Testamento (Conhecida como Septuaginta) diz que
“Nabucodonozor foi batizado no Orvalho do Céu”. Ele foi mergulhado no orvalho?
Uma gota de chuva prova a imersão ou a aspersão?
2) Batizar não é sepultar: Os
imersionistas advogam que o Batismo é símbolo da morte de Cristo. E apelam para
Romanos 6.4ss , estes textos fala de nossa identificação com Cristo no Batismo
dele que é caracterizado como a sua morte, e este batismo, sela nossa união com
Ele. Associam que o descer a sepultura de Cristo, é figura do seu batismo, a
pergunta é: Cristo foi sepultado como nós ocidentais somos? Ele foi baixado na
cova, ou foi sepultado dentro de uma rocha, ou caverna? Então, o modelo de
nosso sepultamento não serve para tal simbolismo do batismo de Cristo.
III – JOÃO, O BATISTA – UM IMERSIONISTA?
Os imersionistas agarram-se a
João Batista dizendo que ele praticou a imersão. Será que João praticou a
imersão no seu ministério?Alguns argumentam que ele batizou no Rio Jordão, ora
se ele batizava em um rio, logo, ele batizava por imersão. Parece-nos uma
conclusão lógica.Temos alguns problemas com essa argumentação:
1) Quem era João Batista? Todos
nós sabemos que João era o primo de Cristo, e Filho de Isabel e Zacarias. Mas
qual é era a função João? Jesus disse que João era Profeta. Por isso, Cristo
disse que ele era o Elias prometido conforme profetizado por Malaquias 4.5,
isto é fato descrito por Mateus 11.10-13. O que iria fazer o “Elias prometido”?
Em Malaquias 3.1,3 diz que ele “purificará os filhos de Levi”, mas como era
feita a purificação dos Filhos de Levi? Era por imersão ou aspersão? Veja o que
diz Números 8.6-7. Então, João não poderia ser um imersionista.
2) João como profeta não poderia
introduzir um novo rito de purificação: É público e notório que todos os ritos
de purificação no V.T eram por aspersão, e todos os profetas praticaram a
aspersão como rito de purificação, especialmente porque Moisés havia recebido a
ordem de Deus para isso, logo, nenhum profeta poderia alterar o rito, como
João, sendo um judeu levita, poderia introduzir tal rito estranho? Basta
olharmos o primeiro capítulo do Evangelho de João 1.25 (evangelista) para vermos
que isso era impossível
IV – ALGUMAS PASSAGENS DA ESCRITURA E ASPERSÃO PROVADA
Neste momento queremos mostrar
alguns textos das Escrituras onde a imersão não aparece, e torna-se evidente
que a aspersão é o caso aplicado. Estes textos provam que a imersão nunca foi
uma prática bíblica, e assim, a aspersão é bíblica – não pode existir duas
verdades quando uma se opõe a outra, vejamos:
1) Paulo não foi imerso: Não há
como negar que Paulo foi batizado em pé Atos 9.18; 22.16. A expressão no
original grego anastaV ebaptisqh(anastas ebaptisthê) o particípio grego
“anastas”indica que houve uma ação simultânea entre o levantar e ser batizado.
Não há porque supor que havia um tanque batismal na casa para isso, pois, tal
não era a prática de judeus já apegados a aspersão.
2) As abluções são traduzidas
por batismos: O autor do livro de Hebreus que as várias cerimônias de
purificações no V.T são chamadas de “batismos” isso no capítulo 9.10 e as
descreve nos versículos 19-22
3) Como explicar a imersão em I
Corintios 10.1,2: É possível ser imerso na nuvem? Ou no Mar Vermelho?Os
israelitas foram imersos no Mar vermelho? Não foram os egípcios? Como podemos
ser mergulhados em Moisés? Este texto só tem explicação se a aspersão foi
admitida no termo “batismo” que é empregado aqui.
4) Atos 2.41 prova a imersão? A
resposta é não. Porque os imersionistas não consideram algumas coisas.
4.1) não havia rio dentro da
cidade de Jerusalém.
4.2) como mergulhar 3 mil
pessoas em um dia, em um local sem águas para a imersão se praticada..
CONFISSÃO DE FÉ
DE WESTMINSTER
CAPÍTULO
XXVIII
I.
O batismo é um sacramento do Novo Testamento, instituído por Jesus Cristo, não
só para solenemente admitir na Igreja a pessoa batizada, mas também para
servir-lhe de sinal e selo do pacto da graça, de sua união com Cristo, da
regeneração, da remissão dos pecados e também da sua consagração a Deus por
Jesus Cristo a fim de andar em novidade de vida. Este sacramento, segundo a
ordenação de Cristo, há de continuar em sua Igreja até ao fim do mundo.
Ref. Mat. 28:19; I,Cor. 12:13; Rom.
4:11; Col. 2:11-12; Gal. 3:27; Tito 3:5; Mar. 1:4; At. 2:38; Rom. 6:3-4; Mat.
28:19-20.
II.
O elemento exterior usado neste sacramento, é água com a qual um ministro do
Evangelho, legalmente ordenado, deve batizar o candidato em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo.
Ref. At. 10-47, e 8:36-38;
Mat. 28:19.
III.
Não é necessário imergir na água o candidato, mas o batismo é devidamente administrado
por efusão ou aspersão.
Ref. At. 2:41, e 10:46-47,
e 16:33; I Cor. 10:2.
IV.
Não só os que professam a sua fé em Cristo e obediência a Ele, mas os filhos de
pais crentes (embora só um deles o seja) devem ser batizados.
Ref. At. 9:18; Gen. 17:7, 9; Gal.
3:9, 14; Rom. 4:11-12; At. 2:38-39.
V.
Posto que seja grande pecado desprezar ou negligenciar esta ordenança, contudo,
a graça e a salvação não se acham tão inseparavelmente ligadas com ela, que sem
ela ninguém possa ser regenerado e salvo os que sejam indubitavelmente
regenerados todos os que são batizados.
Ref. Luc.7:30; Exo. 4:24-26; Deut.
28:9; Rom. 4:11; At. 8:13, 23.
VI.
A eficácia do batismo não se limita ao momento em que é administrado; contudo,
pelo devido uso desta ordenança, a graça prometida é não somente oferecida, mas
realmente manifestada e conferida pelo Espírito Santo àqueles a quem ele
pertence, adultos ou crianças, segundo o conselho da vontade de Deus, em seu
tempo apropriado.
Ref. João 3:5, 8; Gal.
3:27; Ef. 5:25-26.
VII.
O sacramento do batismo deve ser administrado uma só vez a uma mesma pessoa.
R.ef.
Tito 3:5.
1 comentários:
Não creio que seja importante o método do batismo.
Batismo não é nem nunca será uma preponderância na vida cristã. É tão somente uma ordenança. O ladrão da cruz não necessitou de batismo para ser salvo. Preponderante é o arrependimento sincero e a aceitção da morte vicária de Jesus Cristo e consequente mudança de vida.
Postar um comentário